NOTÍCIAS - BMX Racing
Data de Publicação: 19/10/2020 às 17:23:52.
Na Missão Europa, Priscilla Stevaux busca inspirar as jovens ciclistas: “Não adianta ser atleta olímpica e isso não ecoar”
Buscando vaga para Tóquio, atleta do BMX encerrou passagem por Portugal no último domingo e segue para Bélgica para continuar os treinamentos
Priscilla Stevaux
Crédito: Rafael Bello/ COB
O ciclismo BMX se despediu de Portugal no último domingo, dia 11, depois de um mês treinando na pista do Centro de Alto Rendimento de Sangalhos. Passaram por lá Renato Rezende, Bruno Cogo, Paôla Reis, Priscilla Stevaux e Júlia Alves. Assim, cinco dos seis atletas que pontuam para o Brasil no ranking mundial da modalidade integraram a Missão Europa. Mas, tão importante quanto isso, 60% dos atletas da modalidade na ação eram mulheres, uma representatividade que serve de inspiração para as que estão começando no esporte.
“Acredito que esses treinamentos de campo são muito importantes para trazer mais meninas para o ciclismo. Além disso, ter boas pistas para trabalhar, ter uma diretriz de onde chegar. Muitas atletas apenas vão para a pista, observam e tentam fazer igual”, analisou Priscila Stevaux Carnaval, que já vê uma mudança na modalidade buscando a igualdade entre os gêneros.
“Nos Jogos Olímpicos, eram 16 mulheres e 32 homens. Agora são 24 de cada gênero. A premiação em Copas do Mundo já é igual para masculino e feminino. O que é muito bacana porque as dificuldades, os treinamentos, os gastos com bicicleta, peças, equipamentos, nutrição, preparação física, entre outros, são iguais para todos. Cada vez que há essa desigualdade, há essa desmotivação”, analisou.
O Brasil ainda não está garantido na prova feminina do ciclismo BMX em Tóquio 2020, mas com três atletas no top-25 do ranking mundial, é muito provável que garanta uma vaga entre as mulheres. Paôla e Priscilla disputam ponto a ponto quem será a representante brasileira na modalidade. Mais nova, Júlia Alves, aproveitou para se preparar para o próximo ciclo ao lado de Priscilla, que participou da Rio 2016, e da bicampeã olímpica e hexacampeã mundial, a colombiana Mariana Pajón, que também treinava em Sangalhos.
“É uma oportunidade muito boa estar aqui na Missão Europa. Por mais que não esteja tão próximo da vaga olímpica quanto a Priscilla e a Paôla, eu vi uma oportunidade de aproveitar ao máximo cada minuto, cada treinamento, para poder me desenvolver, estar junto delas, vivendo esse momento. Uma puxa a outra nos treinos. Isso é importante porque a gente está fazendo isso pelo nosso país”, disse Júlia. “Ter essa estrutura me motivou a pensar mais na frente, a querer mais estar bem preparada e ir atrás de ter mais cuidados para ajudar na minha evolução”.
“A Julia já está na seleção com a gente faz um tempo. Embora seja um pouco mais velha que ela, a gente cresceu junto, competindo e treinando junto, e acho que a evolução dela gera um desenvolvimento para mim e vice-versa. Ter alguém como referência pra estar treinando junto, largando junto, é diferente de estar treinando sozinha, sem ter nenhum parâmetro”, analisou Priscilla, que também teve ao lado uma grande inspiração, dentro e fora das pistas.
“Tivemos aqui na pista a Mariana Pajón, campeã olímpica, que desde criança sempre foi minha inspiração, um grande exemplo de atleta e de pessoa. Treinar junto com ela é muito gratificante. Até mesmo o jeito de se portar, dentro e fora da pista, a gente tem que saber absorver”.
Em Portugal, a seleção contou com o treinador Thomas Allier, a médica Débora Reis, a fisioterapeuta Daniela Nogueira, o coordenador Kleber Santos e Fernando Fermino como chefe da delegação. Com uma pista de nível olímpico e um grande apoio fora dela, as meninas deram grande passo para o reinício das competições e para Tóquio 2020.
“Tudo isso nos dá confiança e mais tranquilidade para trabalhar, buscar evolução. Quando terminar a participação na Missão Europa, eu pretendo continuar por aqui, seguir o trabalho, para que em 2021, assim que começarem as competições, estar em ponto de bala”, disse Priscilla.
“Foi uma grande conquista participar dos Jogos Rio 2016. Foi um sonho realizado, porém, sempre deixa a gente com um gostinho de quero mais. Daqui pra frente, o mais importante é pensar em tentar uma posição melhor, pegar uma final e buscar uma medalha e, para isso, vou ter que ter uma evolução muito grande. Participação já não é meu objetivo”, analisou.
Mas, mais que resultados, a atleta de 26 anos e 1.56m, nascida em Sorocaba, descendente de italianos e franceses, se coloca numa outra missão: fazer a diferença para fomentar o esporte pelo exemplo.
“Às vezes, você ganha uma competição um ano ou dois e ninguém lembra depois porque você não fez a diferença. Tento trazer essa imagem da mulher no esporte, mostrar que dá para as meninas participarem de um esporte agressivo como o BMX sem serem rotuladas. Penso assim: quando eu venço, é uma vitória para mim, para a minha família, para o Brasil, para o Time. Se as pequenas, que estão começando, não veem a categoria elite feminina, não veem um futuro, onde podem chegar, desanimam”, contou Stevaux, que realiza palestras para crianças em escolas para apresentar a modalidade e contar sua história.
“É uma responsabilidade muito grande ser uma referência para todas as atletas que visam chegar onde cheguei. Não é responder por si só, mas por uma outra geração. Penso nisso em cada passo que dou, e tento, ao máximo, incentivar, motivar, principalmente as meninas. Não adianta ser uma atleta olímpica e isso não ecoar em alguma coisa boa para a modalidade e para o país”, finalizou.
Fonte: Comitê Olímpico do Brasil
“Acredito que esses treinamentos de campo são muito importantes para trazer mais meninas para o ciclismo. Além disso, ter boas pistas para trabalhar, ter uma diretriz de onde chegar. Muitas atletas apenas vão para a pista, observam e tentam fazer igual”, analisou Priscila Stevaux Carnaval, que já vê uma mudança na modalidade buscando a igualdade entre os gêneros.
“Nos Jogos Olímpicos, eram 16 mulheres e 32 homens. Agora são 24 de cada gênero. A premiação em Copas do Mundo já é igual para masculino e feminino. O que é muito bacana porque as dificuldades, os treinamentos, os gastos com bicicleta, peças, equipamentos, nutrição, preparação física, entre outros, são iguais para todos. Cada vez que há essa desigualdade, há essa desmotivação”, analisou.
O Brasil ainda não está garantido na prova feminina do ciclismo BMX em Tóquio 2020, mas com três atletas no top-25 do ranking mundial, é muito provável que garanta uma vaga entre as mulheres. Paôla e Priscilla disputam ponto a ponto quem será a representante brasileira na modalidade. Mais nova, Júlia Alves, aproveitou para se preparar para o próximo ciclo ao lado de Priscilla, que participou da Rio 2016, e da bicampeã olímpica e hexacampeã mundial, a colombiana Mariana Pajón, que também treinava em Sangalhos.
“É uma oportunidade muito boa estar aqui na Missão Europa. Por mais que não esteja tão próximo da vaga olímpica quanto a Priscilla e a Paôla, eu vi uma oportunidade de aproveitar ao máximo cada minuto, cada treinamento, para poder me desenvolver, estar junto delas, vivendo esse momento. Uma puxa a outra nos treinos. Isso é importante porque a gente está fazendo isso pelo nosso país”, disse Júlia. “Ter essa estrutura me motivou a pensar mais na frente, a querer mais estar bem preparada e ir atrás de ter mais cuidados para ajudar na minha evolução”.
“A Julia já está na seleção com a gente faz um tempo. Embora seja um pouco mais velha que ela, a gente cresceu junto, competindo e treinando junto, e acho que a evolução dela gera um desenvolvimento para mim e vice-versa. Ter alguém como referência pra estar treinando junto, largando junto, é diferente de estar treinando sozinha, sem ter nenhum parâmetro”, analisou Priscilla, que também teve ao lado uma grande inspiração, dentro e fora das pistas.
“Tivemos aqui na pista a Mariana Pajón, campeã olímpica, que desde criança sempre foi minha inspiração, um grande exemplo de atleta e de pessoa. Treinar junto com ela é muito gratificante. Até mesmo o jeito de se portar, dentro e fora da pista, a gente tem que saber absorver”.
Em Portugal, a seleção contou com o treinador Thomas Allier, a médica Débora Reis, a fisioterapeuta Daniela Nogueira, o coordenador Kleber Santos e Fernando Fermino como chefe da delegação. Com uma pista de nível olímpico e um grande apoio fora dela, as meninas deram grande passo para o reinício das competições e para Tóquio 2020.
“Tudo isso nos dá confiança e mais tranquilidade para trabalhar, buscar evolução. Quando terminar a participação na Missão Europa, eu pretendo continuar por aqui, seguir o trabalho, para que em 2021, assim que começarem as competições, estar em ponto de bala”, disse Priscilla.
“Foi uma grande conquista participar dos Jogos Rio 2016. Foi um sonho realizado, porém, sempre deixa a gente com um gostinho de quero mais. Daqui pra frente, o mais importante é pensar em tentar uma posição melhor, pegar uma final e buscar uma medalha e, para isso, vou ter que ter uma evolução muito grande. Participação já não é meu objetivo”, analisou.
Mas, mais que resultados, a atleta de 26 anos e 1.56m, nascida em Sorocaba, descendente de italianos e franceses, se coloca numa outra missão: fazer a diferença para fomentar o esporte pelo exemplo.
“Às vezes, você ganha uma competição um ano ou dois e ninguém lembra depois porque você não fez a diferença. Tento trazer essa imagem da mulher no esporte, mostrar que dá para as meninas participarem de um esporte agressivo como o BMX sem serem rotuladas. Penso assim: quando eu venço, é uma vitória para mim, para a minha família, para o Brasil, para o Time. Se as pequenas, que estão começando, não veem a categoria elite feminina, não veem um futuro, onde podem chegar, desanimam”, contou Stevaux, que realiza palestras para crianças em escolas para apresentar a modalidade e contar sua história.
“É uma responsabilidade muito grande ser uma referência para todas as atletas que visam chegar onde cheguei. Não é responder por si só, mas por uma outra geração. Penso nisso em cada passo que dou, e tento, ao máximo, incentivar, motivar, principalmente as meninas. Não adianta ser uma atleta olímpica e isso não ecoar em alguma coisa boa para a modalidade e para o país”, finalizou.
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